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Correção linear e correção transversal de provas e atividades

  • Foto do escritor: SABELETRAS
    SABELETRAS
  • 11 de mar.
  • 3 min de leitura

As recomendações desse texto são aplicáveis à correção de provas e atividades ou tarefas que apresentam uma sequência de questões, tais como uma lista de exercícios ou um questionário.


A correção linear é aquela em que a inteira atividade, trabalho ou prova de um estudante é corrigida, ou avaliada, e pontuada, antes de se passar para o material de um próximo estudante. Com este procedimento, o professor já tem uma visão do desempenho de cada estudante de forma imediata, logo após sua conclusão. A correção (ou avaliação) transversal é uma forma de avaliação que se concentra em uma questão ou item específico por vez selecionando todas as questões de todos os estudantes de um grupo para correção antes de seguir para a próxima questão. Por exemplo, ao corrigir uma prova, uma lista de exercícios, um questionário ou uma atividade similar, o professor corrige a questão nº 01 de todos os alunos; depois, corrige todas as questões nº 02 de todos os alunos, e, assim, sucessivamente. Nesse caso, o professor só terá uma visão completa do desempenho de cada estudante quando a última questão do último estudante for avaliada (corrigida) e pontuada. Por outro lado, poderá ter uma percepção do desempenho de todo o grupo em cada questão.


A correção linear


A correção linear permite que o professor observe de forma progressiva o desempenho dos estudantes em diferentes questões. Ao final do processo, ele ou ela já terá disponível o desempenho completo do estudante. Essa abordagem permite identificar se os estudantes apresentam padrões de dificuldades, o que poderá ser útil para produzir feedbacks escritos do desempenho. O professor ou professora terá bem presente na memória a situação daquele estudante em particular. Também existe a percepção de ter concluído a produção de um estudante, o que faz com que, à medida que o trabalho avance, se tenha uma sensação de finalização.


Por outro lado, a avaliação linear comporta alguns riscos. Existe a possibilidade da avaliação de uma resposta ser influenciada pela avaliação da resposta anterior. Uma maneira de contornar isso é por ter um registro do que se espera em cada resposta, uma expectativa de resposta. Mesmo assim, o desempenho positivo ou negativo em uma questão poderá predispor o professor a como encarar a próxima resposta. Essa percepção se intensifica se o estudante demonstrar um padrão de desempenho positivo ou negativo. Além disso, se o professor verificar a quem pertence o material em avaliação antes de iniciá-la, poderá ser influenciado pela sua imagem do estudante em outros momentos, como atuação em sala de aula e outras atividades avaliativas.


Ainda um outro risco é o acúmulo do cansaço docente durante o processo de correção. Ao final de uma longa jornada de trabalho, poderá restar pouco tempo e disposição para correção do material completo de outros estudantes. Isso pode resultar em avaliações apressadas e menos criteriosas dos estudantes que estiverem ao final da fila. Dividir a correção em sessões espaçadas por horas, dias ou semanas pode ser um modo de lidar com este problema.


A correção transversal


A principal vantagem da correção transversal é ganhar rapidamente uma percepção do desempenho de todo um grupo de estudantes ao responder uma questão que se refira a um conteúdo ou competência em avaliação. A correção linear favorece a identificação dos pontos fortes e as vulnerabilidades do grupo facilitando, inclusive, a reflexão docente sobre sua atuação e escolha de estratégias e materiais de ensino.


A correção transversal também ajuda o professor a manter na memória o ponto focal da avaliação, como um conteúdo, conceito ou habilidade específica. Isso facilita o processo de correção, especialmente de novos temas. Essa estratégia também pode criar um efeito de anonimato, impedindo que o professor seja influenciado quer por saber quem é o/a estudante, quer pelas respostas anteriores. Além disso, o professor pode embaralhar as provas ou trabalhos durante o processo, o que também impede que exista uma sequência fixa ao corrigir as diferentes questões.


Um problema da correção transversal é a impressão de que nunca se completa a correção de um estudante. Além disso, alguns professores preferem saber quem estão corrigindo e podem não gostar da ideia de anonimato dos estudantes. Ainda outros preferem ver o desempenho completo de um estudante por fazer a correção de seu material do início ao fim.


Mais algumas considerações


Em minha experiência já utilizei as duas formas de correção. A correção transversal funciona melhor em grandes grupos, de vinte ou mais alunos. Pequenas turmas com menos de 10 alunos, como é comum em cursos livres de idiomas, costumam ter o efeito de anular algumas características da avaliação transversal, como o anonimato.


Particularmente, gosto da correção transversal sempre que é possível utilizá-la. Ela proporciona um olhar menos enviesado e, portanto, talvez mais justo. Além disso, em períodos intensos de correção, esta abordagem evita que o cansaço e o desgaste pesem sobre aqueles alunos que infelizmente têm suas produções no final da fila.

 
 
 

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